quarta-feira, 30 de abril de 2014

Queremos trabalhar em paz. O Dia do Trabalho e a Pessoa com Deficiência


Por Gustavo Merlo*

O feriado do Dia do Trabalhador me lembra a música da Legião Urbana "Fábrica", principalmente no verso:  "Quero justiça/ Quero trabalhar em paz/ Não é muito o que lhe peço/ Eu quero um trabalho honesto". E esse é o anseio da maioria das pessoas com deficiência, que, segundo a Organização Nacional das Nações Unidas (ONU) soma 10% da população mundial tem alguma deficiência. De acordo com o último senso do IBGE, 24% da população do Brasil é formada por pessoas com algum tipo de deficiência. A Lei 8.213/91, a chamada de Lei de Cotas para deficientes, determina uma cota mínima de vagas para pessoas com deficiência em empresas com mais de 100 empregados. Tal medida trouxe benefícios para muitos deficientes que foram colocados no mercado de trabalho.

A proporção de vagas se dá na seguinte forma: de 100 a 200 empregados com 2% de deficientes no quadro de funcionários, de 201 a 500, com 3%; de 501 a 1000, com 4% e acima de 1001, com 5%. As empresas que não cumprirem a demanda estaráo sujeitas a multas. A lei considera deficiência quando ocorre a perda ou anormalidade da estrutura ou de sua função psicológica ou fisiológica.


Com a contratação dos deficientes, a vantagem é mútua. As empresas agregam em suas marcas o valor social e ocorre a diminuição do desemprego por parte dos deficientes, proporcionando a efetiva participação das pessoas com deficiência como membros ativos da sociedade, desvinculando a imagem da pessoa com deficiência do caráter assistencialista. Sigamos avançando... com música e força de vontade! 

*Gustavo Merlo
Presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência e
Diretor de projetos de inclusão e acessibilidade da Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida




FABRICA
Legião Urbana
Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez Não é pedir demais Quero justiça Quero trabalhar em paz Não é muito o que lhe peço Eu quero um trabalho honesto Em vez de escravidão
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?
O que era verde aqui já não existe mais
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada de tanto brincar com fogo
Que venha o fogo então
Nada demais


Deve haver algum lugar
De onde vem a indiferença
O céu já foi azul, mas agora é cinza
Esse ar deixou minha vista cansada

Nenhum comentário:

Postar um comentário