Brincando as crianças entram em contato com diferentes texturas, histórias, exercitam a imaginação e aprendem a resolver problemas e conflitos durante a convivência entre duas ou mais crianças. A criança quando estimulada com as brincadeiras sente-se mais segura, sente-se forte para mostrar seus sentimentos e mais segura para o convívio social. A criança com deficiência pode receber inúmeros benefícios ao ser estimulada com as brincadeiras. Cada uma exige uma atenção única e nada melhor que conhecer as potencialidades e limitações de cada criança para saber como e quando estimular. Por isso a busca por uma cidade cada dia mais inclusiva e consciente é a principal luta da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPD) para que nossas crianças tenham espaço e possibilidades de crescer saudável e alegre. Feliz Dia das Crianças!
Abaixo algumas sugestões de brincadeiras, listas pela Fundação Dorina, de como brincar com crianças cegas ou de baixa visão. Confira:
Dicas de como brincar com a criança com deficiência visual (cega ou com baixa visão)
- Use toques e voz suaves ao se comunicar com a criança que tem deficiência visual, aproximando sua face do rosto dele para que ela possa percebe-lo e toca-lo.
- Auxilie a criança a conhecer o próprio corpo com toques enquanto nomeia cada parte tocada.
- Incentive que a criança siga em direção ao som de brinquedos ou da sua voz. É interessante ter brinquedos que emitam sons, como chocalhos, bolas e pelúcias com guizos.
- Brinque com a criança com deficiência visual e incentive que outras pessoas também brinquem e interajam com ela. Assim, ela se tornará mais sociável e receptiva, facilitando os relacionamentos interpessoais.
- Imite os sons que seu bebê faz e crie estímulos para que ele possa imita-lo. Isso auxiliará na comunicação.
- Se o bebê ainda não senta, coloque-o de lado para manusear o brinquedo. Invista em brinquedos com texturas diferenciadas, para estimular o tato e a percepção de diferentes objetos.
- Dê objetos à criança nomeando-os e relacionando às possíveis ações que poderão ser feitas com este item. Exemplo: “A bola. Pegue a bola. Chute a bola. Jogue a bola para cima”.
- Procure usar brinquedos contrastantes, coloridos, luminosos, de diversas texturas e tamanhos.
- Propiciar momentos em que a criança manipule e crie espontaneamente jogos a partir da exploração de objetos concretos.
- Brincadeiras com miniatura de objetos, como animais e meios de transportes, possibilitam que a criança tenha uma melhor compreensão de objetos muito grandes ou impossíveis de serem alcançados (casinha com telhado, elefante, caminhão, avião, fogão, geladeira).
- Vale incentivar brincadeiras infantis com o uso das mãos, como dedo mindinho, seu vizinho; passa anel.
- Em jogos com bola, se não for possível ter uma bola com guizo, envolva a bola com saco plástico, assim ela fará barulho enquanto se desloca.
- Salte para o alto. Com a criança agachada, segure em suas mãos e peça para ela se levantar ”bem forte e bem alto”, ajudando com um leve “puxão“ para cima.
Jogos, brinquedos e brincadeiras para fazer com as crianças cegas e com baixa visão
- Brincadeiras de roda: cantigas, parlendas, rimas;
- Meu mestre mandou…Como sugestão, trabalhar o esquema corporal com as crianças, solicitando que coloquem as mãos na cabeça, joelhos, pescoço, cotovelo, barriga, pés, mãos, etc.
- O que é, o que é? Brincar de adivinhação utilizando as mãos para descobrir a textura e formato dos objetos. Materiais como embalagens de xampu, escova de dentes, talheres (colher e garfo), chaves, caneta/ lápis, frutas, etc.
- Vai e vem - Brincar alternando a criança de lugar é um estímulo à coordenação visuomotora
- Fantoches/Dedoches – estes brinquedos estimulam a imaginação, linguagem e o pensamento, além de favorecerem a comunicação e expressão de sentimentos e emoções.
- Blocos de construção: Brincar com blocos favorecem o desenvolvimento da atenção e concentração, associação de formatos e tamanhos, desenvolvimento de movimentos amplos e finos, coordenação visuomotora e noções de equilíbrio. Estes brinquedos também propiciam à criança a satisfação de inventar, construir, desconstruir e transformar, estimulando a criatividade.
- Massa de modelar - Estimula o desenvolvimento da coordenação motora fina e a criatividade.
- Jogo da velha adaptado – Permite interação com quem não tem deficiência visual.
- Jogo da memória tátil: Utiliza a percepção tátil e a memória para reunir o maior número de peças.
- Manter as brincadeiras que incluam brinquedos diversos como bonecas e carrinhos mantém a brincadeira das crianças que não enxergam com as que enxergam, sentindo-se incluídas.
Outras brincadeiras que retomam a infância dos pais e visa incluir as crianças nos momentos de lazer:
- Estátua;
- Passa anel;
- Centopéia;
- Telefone sem fio.
Brincadeiras fáceis de produzir
- Jogo de argolas: Estimula a percepção visuomotora, a identificação de cores para as crianças com baixa visão e a relação número / quantidade.
Confecção: Colocar uma porção de areia no fundo de 10 garrafas descartáveis. Cortar tiras de papel crepom colorido e colocar uma cor em cada garrafa. Recortar números de 1 a 10 em papel preto ou fita adesiva preta e fixar cada número em uma garrafa. As argolas podem ser confeccionadas com tampas de plástico ou anéis de fitas adesivas que encaixem nas garrafas.
- Jogo de boliche: Estimula a percepção visuomotora, a identificação de cores e a relação número x quantidade.
Confecção: Colocar uma porção de areia no fundo de 10 garrafas descartáveis. Cortar tiras de papel crepom colorido e colocar em cada garrafa uma cor.
Recortar números de 1 a 10 em papel preto ou fita adesiva preta e fixar cada número em uma garrafa. As bolas podem ser confeccionadas com meias velhas. E podem ter guizos em seu interior.
(*)Profissional: Edni Fernandes Silva, pedagoga na Fundação Dorina Nowill para Cegos. A profissional é pós-graduada em psicopedagogia e hospitalar em clínica pelas Faculdades Integradas Campos Salles e cursa pós-graduação em psicomotricidade pela UNIFAI – Centro Universitário Assunção.
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