Feche os olhos e veja: Igreja da Pampulha por Simone Kestelman

Foto mostra acima uma imagem real da Igreja da Pampulha, em Belo
Horizonte (MG) e abaixo a escultura de Simone Kestelman 

Como parte da Exposição Maravilhas, da artista plástica Simone Kestelman, a obra Igreja da Pampulha, feita em recortes de tiras de vidro, revelam às pessoas cegas como é a forma desse impressionante e bonito lugar. Com audiodescrição de Bell Machado, que é também assessora da SMPD, o vídeo descreve em detalhes a obra. Clique, assista e se encante. Se você não é cego, aproveite para fechar os  olhos e experimentar algo novo.  

Sobre aIgreja da Pampulha: 

Inaugurada em 1943,  a Igreja São Francisco de Assis é chamada Igreja da Pampulha,  e fica em Belo Horizonte, Minas Gerais. O projeto arquitetônico da igreja é de Oscar Niemeyer e cálculo estrutural de Joaquim Cardozo. É considerada a obra-prima do conjunto Arquitetônico da Pampulha. No projeto da capela Oscar Niemeyer faz novos experimentos em concreto armado, abandonando a laje sob pilotis e criando uma abóbada parabólica em concreto, até então só utilizada em hangares.

Sobre a escultura de Simone Kestelman:

A escultura requereu a maior quantidade de conhecimento técnico e experimentos do Conjunto, as cores escolhidas foram inspiradas na paisagem, recortadas em tiras, montadas e queimadas em diferentes composições. Posteriormente recortadas, desencontradas e requeimadas para trazer a composição de pixel, que alem da obra em si sugerem a nova fase da artista.

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Lençóis Maranhenses - Audiodescrição de escultura de Simone Kestelman

Alinhado aos objetivos de inclusão e acessibilidade da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPD) o trabalho da artista plástica Simone Kestelman foi apresentado a população de Campinas em fevereiro deste ano durante a Exposição Maravilhas, realizada de 12 a 26 de fevereiro no Shopping Dom Pedro. A artista desenvolve um trabalho pioneiro no Brasil respeitando e incluindo deficientes visuais e deficientes auditivos e proporcionando a todos o acesso a arte. De acordo com números do IBGE, de 2010, no Brasil existem 35,7 milhões de pessoas com deficiência visual total ou parcial e, atualmente, a maioria delas está excluída do mundo das artes visuais, cências e audiovisuais.

Para este trabalho, a audiodescritora e assessora da SMPD, Bell Machado, traduziu em palavras todas as peças da exposição. No vídeo abaixo, é possível conhecer a Audiodescrição da peça Lençóis Maranhenses. Feche os olhos e divirta-se. Abaixo do vídeo temos a descrição da peça. 

O parque nacional dos Lençóis Maranhenses é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada na região nordeste do estado do Maranhão. O parque é um paraíso ecológico com 155 mil hectares de dunas, rios, lagoas e manguezais. *

“Raro fenômeno geológico, foi formado ao longo de milhares de anos através da ação da natureza. Suas paisagens são deslumbrantes: imensidões de areias que fazem o lugar assemelhar-se a um deserto. Mas com características bem diferenciadas. Na verdade chove na região, que é banhada por rios. E são as chuvas, aliás, que garantem aos Lençóis algumas das suas paisagens mais belas. As águas pluviais formam lagoas que se espalham em praticamente toda a área do parque formando uma paisagem inigualável.” **

A escultura foi feita em tons de turquesa e branco representando assim a agua e o as dunas.  inspirada na noite. Foram utilizadas 10 lâminas de vidro recortadas, fundidas e impressas em forma de relevo. 

O autismo e as barreiras sociais

Considerado um distúrbio do desenvolvimento dentro de um grupo maior  denominado de Transtornos Globais do Desenvolvimento, o Autismo se instala nos três primeiros anos de vida, quando os neurônios que coordenam a comunicação  e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias. Se o diagnóstico demorar a acontecer, esses neurônios não são estimulados no tempo correto e a criança pode perder a capacidade de aprender. 

Entre as principais dificuldades relacionadas ao autismo está a falta de conhecimento em torno do tema da sociedade de um modo geral, o que reforça o preconceito e até a falta de tratamento adequado. Reconhecer os sintomas logo nos primeiros anos de desenvolvimento da criança é fundamental. Entre os sinais de alerta estão comportamentos como isolamento, a aversão ao contato físico, hiperatividade, ou até mesmo falta de respostas como não atender quando for chamado pelo próprio nome, desvio dos olhos para evitar contato visual. 

No entanto, o diagnóstico é realmente difícil e esses sintomas podem vir separadamente, ainda assim, é fundamental estar atento ao  modo como a criança se relaciona com o mundo, com as pessoas e o objetos. Uma criança com autismo pode, por exemplo, ficar horas apenas girando as rodinhas de um carrinho.  O autismo tem diferentes graus dentro do que chamamos TEA - Transtorno do Espectro Autista e em todos os casos nosso maior desafio é vencer as barreiras que os autistas ainda enfrentam na sociedade, que ainda não está plenamente preparada para receber o autista. Sabemos que isso ocorre principalmente por falta de informação.

E a informação pode trazer pequenas mudanças no cotidiano que farão toda a diferença. Por exemplo, em um primeiro dia de aula, toda a classe chega com uma grande energia e apenas um menino, sentado na primeira fileira, fica calado e permanece o tempo todo com os olhos fixos em um único ponto da classe. Durante a aula, repentinamente, ele se levanta e começa a andar pela sala. Ao tentar trazê-lo de volta a carteira, a professora é surpreendida com uma reação de grito, arranhões e pontapés. Em seguida silêncio. O menino volta a se fechar em seu universo particular. 

Esse tipo de comportamento é comum entre autistas e acaba escondendo as habilidades criativas e intelectuais, que podem ser desenvolvidas com acompanhamento adequado e vivência escolar.

Essas reações desconexas representam também uma das dificuldades que os pais, educadores e familiares encontram para inserir o autista na sociedade. Por isso a importância do diagnostico precoce e do acesso à informação. 

Mudar o olhar é importante e reconhecer as conquistas das crianças com autismo é fundamental. Na foto abaixo, Luciano Henrique Petrocino Coutrim, 15 anos, que é Sim ele é asperger , um tipo do espectro autista. Ele é bastante comunicativo e participou com graça e desenvoltura no nosso Desfile de Moda Inclusiva, realizado esse mês de junho no Shopping Iguatemi. Ele gosta de desenhar e faz desenhos lindos. Seu sorrisso assim como o de todas as pessoas autistas reforça a necessidade de vencermos barreiras e lutarmos pelo bem estar e inclusão de todas as pessoas com deficiência. 

(Com colaboração de Ana Maria Pizzuto, funcionária da SMPD e especialista em Autismo) 

Descrição da foto: Luciano está no canto direito da foto. Aparece apenas do ombro para cima. Ela usa casaco azul escuro e camisa social listrada em branco e azul, da qual aparece apenas a gola. Ela tem cabelos curtos e negros. Olhos escuros e sorri suavemente para a foto. 

Maurício Lima e uma pequena atitude que marcou minha vida

Entre todas as coisas que me emocionaram no nosso desfile - etapa Campinas do 6º Concurso de Moda Inclusiva - a presença do jogador do vôlei brasileiro Maurício Lima foi uma das mais marcantes para mim. Primeiro pela sensibilidade dele em prestigir o evento, como embaixador da Brasil Kirin, e por demonstrar tanto carinho, principalmente com as crianças com deficiência que estavam ali desfilando. Depois porque a presença de Maurício me lembrou uma ocasião muito marcante de minha vida.

Eu tinha 13 anos e Maurício havia se consagrado na Seleção Brasileira de Vôlei conquistando uma medalha olímpica. Em uma exposição pública da medalha em Campinas pedi a minha mãe que me levasse, afinal eu era uma grande fã e torcedora. Quando cheguei no local, fui pedindo licença para chegar mais perto do Maurício e quando consegui pedi a ele que me deixasse tocar na medalha e ele atendeu meu pedido, foi muito atencioso. Graças ao Maurício hoje eu, que sou cega desde os seis meses de idade, sei o que é uma medalha olímpica.

Toda gratidão ao Maurício e a todos que se sensibilizaram com a proposta do desfile e que entendem a importância de criarmos uma cidade verdadeiramente acessível. Abaixo coloco duas fotos de meu encontro com Maurício, durante o desfile realizado na última terça (dia 03) no Teatro Brasil Kirin, no Shopping Iguatemi Campinas. Uma ótima semana a todos!!!

Emmanuelle Garrido Alkmin
Secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de Campinas

Fotos: Lillian Bento

Ao lado de Maurício Lima contei a história de
meu encontro com ele aos 13 anos e agradeci a
presença no evento e o carinho. 

Em um abraço carinhoso para celebrar o reencontro
e agradecer a sensibilidade de Maurício. São pequenas
atitudes, assim repletas de sensibilidade, que garatem
acessibilidade e inclusão.