Projeto é parceria entre Prefeitura e Unicamp e visa garantir a inclusão a partir do resgate da autoestima das crianças com deficiência
“Uma inclusão
verdadeira só será possível quando fizermos mudanças no que é intangível, no
que é lúdico e pode, efetivamente, mudar a percepção que a sociedade tem a
respeito da pessoa com deficiência.” A frase da secretária da Pessoa com
Deficiência e Mobilidade Reduzida de Campinas, Emmanuelle Garrido Alkimin, define os objetivos do Programa de
Atividade Motora Adaptada (Proama), implantado essa semana na cidade com o
objetivo de ampliar a participação e o bem estar dos alunos com deficiência nas
escolas da Rede Municipal de Ensino durante as aulas de Educação Física.
O decreto
que aprova o projeto foi assinado
pelo prefeito Jonas Donizette, em cerimônia com a presença de autoridades e das
crianças que já são beneficiadas pelo projeto, que funcionava até agora de
maneira experimental. “A educação tem essa filosofia de ir além, de fugir do
curricular e sim de ir para a vida. E a simbologia deste programa é conviver
desde cedo com o diferente”, disse o prefeito. Para Emmanuelle Alkimin o mais
importante é garantir o resgate da autoestima das crianças. “Esse
programa vai mudar a vida das crianças. Quando falamos em prática esportiva
para uma criança com deficiência estamos resgastando a autoestima delas,
fazendo a inclusão real por meio das brincadeiras, das atividades do dia a
dia”, disse.
O Proama
proporciona ao aluno com deficiência um atendimento integral a respeito de suas
limitações durante as aulas de Educação Física e visa melhorar o convívio entre
as crianças com e sem deficiências. A iniciativa é pioneira no País e começou
em cinco escolas da rede municipal. Ao todo 62 alunos com deficiência foram
beneficiados nas escolas Zeferino Vaz (Caic), Padre Francisco Silva, Lourenço
Bellochio, Benevenuto de Figueiredo Torres e Padre José Narciso Vieira
Ehrenberg. Essas escolas foram escolhidas por apresentarem um maior número de
crianças que necessitam de atendimento especializado. Até 2016 todas as escolas
de ensino fundamental da rede municipal de Campinas devem ser contempladas, um
total de 44 unidades.
A maior vantagem
do Proama é que as aulas de Educação Física não precisam mais ser adaptadas a
qualquer custo para atender os alunos com necessidades especiais. Os alunos
passam a fazer atividades de acordo com as possibilidades de cada um, pois o
mais importante para todos é desenvolver a atividade física e não alcançar
resultados. “Em uma aula de arco e flecha, por exemplo, um aluno que não tem um
braço pode fazer os exercícios utilizando um dos braços e a boca. Com o Proama,
o professor não terá mais de pensar nas atividades físicas como resultados, e
sim, nelas como um meio para que as crianças se desenvolvam”, afirma o diretor
de projetos de inclusão e acessibilidade da Secretaria de Direitos da Pessoa
com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Gustavo Merlo.
O Proama é
uma parceria entre as secretarias da Educação e dos Direitos da Pessoa com
Deficiência e Mobilidade Reduzida, em conjunto com a Faculdade de Educação
Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para que todos os alunos
sejam atendidos, os 70 professores de educação física da rede municipal terão
aulas de capacitação com os docentes da Unicamp, Edison Duarte e Júlio Gavião,
que são considerados referência nacional no assunto. Outros estagiários também
serao contratados exclusivamente para essa atividade. As unidades também receberão materiais didáticos adaptados,
tais como: cadeira de rodas, tabela de basquete, bola de futsal, entre outros.
A rede municipal de ensino conta com 555 alunos de educação especial no ensino
fundamental. Eles têm três aulas de educação física por semana.
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